1. Bases sobre a Teoria da cor aplicada aos Sistemas Digitais
Antes de serem abordados os vários modelos de cor serão feitas algumas considerações básicas sobre a teoria da cor. O conceito de
cor está associado à percepção, pelo sistema de visão do ser humano, da luz emitida, difundida ou reflectida pelos objectos, sendo considerada um atributo dos mesmos.
A cor de um objecto depende das caracteristicas das fontes de luz que o iluminam, da reflexão da luz produzida pela superficie e, por último, das características sensoriais
do sistema de visão humano, os olhos, ou de câmaras digitais.A não existência de luz implica que nada se veja e, portanto, significa a não existência de cor.
A luz contém uma variedade de ondas electromagnéticas com diferentes comprimentos de onda. Se o comprimento de uma onda electromagnética pertencer ao intervalo de 380 a 780nm (1 nanómetro=10
-9 m) é detectada e interpretada pelo sistema de visão so ser humano. estes diferentes comprimentos de onda constituem o espectro de luz visível do ser humano e estão associados a diferentes cores (fig.1).
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Fig. 1- Espectro de luz visível do istema de visão humano. |
A interpretaçãp das cores é feita pelo cérebro humano depois de a luz atravessar a íris e ser projectada na retina. Desta forma, os olhos são sensores de toda a visão e esta pode ser do tipo escotópica e fotópica.
A visão
escotópica é assegurada por um único tipo de
bastonetes existentes na retina. Estes são sensiveis ao brilho e não detectam a cor. Isto quer dizer que são sensíveis a alterações da luminosidade, mas não aos comprimentos de onda da luz visível.
A visão
fotópica é assegurada por um conjunto de três tipos diferentes de
cones existentes na retina. Estes são sensíveis à cor e, portanto, aos comprimentos de onda da luz visível. O número de cones da retina distribuem-se da seguinte forma: 64% são do tipo vermelho (
Red), 32% do tipo verde (
Green) e 2% do tipo azul (
Blue)
.
Como os bastonetes e os cones constituem dois tipos de sensores diferentes que apreendem a intensidade da luz e as diferenças de cor, é usual associá-los, respectivamente, aos conceitos de
luminância e
crominância. Estes conceitos estão, por sua vez, relacionados com as diferentes frmas de representar as cores.
Depois de terem sido abordados os aspectos relacionados com a luz e a cor do ponto de vista sensorial, coloca-se a questão de compreender como são geradas, armazenadas, manipuladas e reproduzidas as imagens pelos diferentes dispositivos físicos que utilizam a cor. Antes de mais, é necessário representar as cores através de modelos que se aplicam a diferentes situações reais.
1.1. Modelos aditivo e Subtrativo
Os
modelos de cor fornecem métodos que permitem especificar uma determinada cor. Por outro lado, quando se utiliza um sitema de coordenadas para determinar os componentes do modelo de cor, está a criar-se o seu
espaço de cor. Neste espaço cada ponto representa uma cor diferente.
Antes de serem descritos alguns modelos, convém diferenciar modelo aditivo de subtrativo. O modelo utilizado para descrever as cores emitidas ou projectadas é considerado aditivo e para as cores impressas é considerado subtractivo. O Quadro 1 exemplifica a aplicação dos modelos aditivo e subtrativo.
Num modelo aditivo a ausência de luz ou de cor corresponde à cor preta, enquanto que a mistura dos comprimentos de onda ou das cores vermelha (Red), verde (Green) e azul (Blue) indica a presença da luz ou a cor branca (fig.2).
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Fig. 2- Modelo aditivo |
Num modelo subtrativo, ao contrário do modelo aditivo, a mistura de cores cria uma cor mais escura, porque são absorvidos mais comprimentos de onda, subtraindo-os à luz. A ausência de cor corresponde ao branco e significa que nenhum comprimento de onda é absorvido, mas sim todos reflectidos (fig.3). O modelo subtrativo explica a mistura de pinturas e tintas para criarem cores que absorvem alguns comprimentos de onda da luz e reflectem outros. Assim, a cor de um objecto corresponde à luz reflectida por ele e que os olhos recebem.
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Fig. 3- Modelo Subtrativo |